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Bandeira Branca

  • 25 de jun. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 26 de abr.

Tem um momento da vida, é melhor hastear a bandeira branca e desistir de lutar — continuar a travar batalhas perdidas só agiganta o inimigo que vive dentro de nós.

É revisitar as bases que abandonamos por medo ou fraqueza e acreditar que, agora, adquirimos forças para recuperá-las. Mesmo que a vida nos tenha fortalecido, lutar por essas bases hoje só nos faria ver que elas nunca foram realmente nossas.

É minimizar as baixas no nosso exército de projeções otimistas, tentando justificá-las pelo imensurável, pelo imprevisível. Isso só serviria para colocar novas imprudências na linha de frente.

É escavar as valas fundas em que deixamos projetos de vida natimortos, à procura de uma cura milagrosa — esforço inútil, pois estaríamos apenas tentando dar uma sobrevida a ideias que mereceriam uma reencarnação em outro corpo.

É abrir as campas em que enterramos amores decompostos, na ilusão de que eles tivessem permanecido embalsamados. Mesmo que estivessem intocados, seriam somente mortalhas ocas, refletindo, como espelhos, o amor que um dia sentimos.

Batalhas perdidas. Depois de muitas vidas vividas, chega um instante em que temos de nos reconciliar com elas para seguir em paz — e esse momento, para mim, é agora.

Bandeira Branca.

3 comentários

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Convidado:
29 de dez. de 2022

Lindo...lindo...lindo... Bandeira Branca emociona pela sua sinceridade, simplicidade em sintetizar a sabidoria que a vida nos consola pelos sonhos, amores, projetos que ficaram para atrás. Bravo novamente Ana Helena! GP

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luciliarchaves
30 de jul. de 2022

Menina!!! Essa BANDEIRA BRANCA é show! Vc resumiu a vida tal como ela é. O difícil é acertar o momento de hastear essa bandeira e viver em paz!!! 👏👏👏👏

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Membro desconhecido
31 de jul. de 2022
Respondendo a

Gosto demais dessa crônica…veio do fundo da alma. E atinge pessoas sensíveis como você, que bom que gostou!

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