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Chiclé de bola

  • Foto do escritor: Ana Helena Reis
    Ana Helena Reis
  • 27 de mai. de 2024
  • 1 min de leitura

Surgem como uma pulsada, naquela subida de sangue que invade o cérebro, insufla as veias, tonteia, bambeia as pernas.


 Se fazem presentes no sonho desperto, no pensamento à toa, na dispersão do foco. Se estabelecem, prosperam.


Na quentura do coração, fermentam. Levain que cresce a cada dia.  Da própria farinha imaginária se alimentam. Regadas por nossos sonhos se multiplicam, se agigantam.


Atingem seu auge, ocupam os vazios, preenchem, inebriam. Esplendor colorido de uma bola de chiclé sabor tutti-frutti.


Pingue-pongue! A costura da vida alfineta, impiedosa.  A esfera estala, murcha. Lá se vão as quimeras com que inflamos nosso balão de ilusões.


 Resta só uma goma indigesta que gruda na nossa cara, perplexa.

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