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O sorriso da Monalisa

O sorriso é universal e uma das únicas expressões que já nascemos sabendo fazer e reconhecer, não importa o lugar do mundo onde estejamos. 

 

Segundo o dicionário, é uma expressão em que os lábios se curvam nos cantos, e é essa curvatura que acaba dando o tom do sorriso. Normalmente, com os cantos voltados para cima expressam alegria, contentamento, felicidade. Ao contrário, se fizerem uma curvatura ligeiramente para baixo ou de forma assimétrica podem expressar ironia, malícia e, até mesmo, loucura ou maldade,

 

Interpretar o sorriso de alguém é uma tarefa para o nosso córtex frontal, que pode processar essas informações e dar um feedback emocional positivo ou negativo, dependendo do tipo de sorriso captado. Nesse sentido, a neurociência veio ao nosso auxílio com uma descoberta que pode minimizar o efeito de qualquer sorriso maldoso que recebemos – o retorno com um sorriso largo, mesmo que não sincero.

 

Falso? Sim, mas o resultado dessa falsidade traz um benefício incrível, segundo estudos conduzidos por estudioso como Kraft & Pressman da Universidade do Texas. Segundo eles, sorrir pode realmente enganar nosso cérebro e impulsionar o humor. Quando sorrimos, mesmo que não estejamos genuinamente felizes, engajamos regiões cerebrais que desencadeiam uma resposta de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, associados à sensação de prazer e bem-estar.

 

Os resultados desses estudos sugerem que o feedback facial não apenas amplifica sentimentos de felicidade preexistentes, mas também pode iniciar um ciclo virtuoso. Assim, forçar um sorriso pode ser o primeiro passo para iniciar sentimentos de felicidade, mesmo em contextos não favoráveis.

 

Tudo muito interessante, mas...atenção! a ausência de expressões faciais pode reduzir a intensidade do feedback emocional e, nesse sentido, criou-se um problema para quem é adepto de aplicações de Botox.

 

Pesquisas mais recentes (Vannini et al., 2018) revelaram que a interação entre a toxina botulínica e o embodiment, ao paralisar os músculos faciais altera a maneira como nosso cérebro percebe e experimenta as emoções, o que pode reduzir o impacto direto do sorriso em nosso estado emocional geral.

 

Isso nos coloca frente a um dilema digamos estético-emocional: sorrir às bandeiras e rugas desfraldadas, ou emparedar a serotonina num sorriso de Monalisa?

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