Ato 1
O ninho tece a trama com projetos e sonhos.
Tempo em que o amor frutifica e quer germinar.
O ninho se habita e se fecha como um casulo.
Aconchega, envolve e protege a cria.
Tempo em que a ternura preenche todos os espaços da alma.
Ato 2
O ninho se abre para receber o sol da vida.
Tempo em que a cria floresce e quer se expandir.
O ninho se povoa de um vaivém da cria.
Se encanta com o burburinho da convivência.
Tempo em que a comunhão habita todos os espaços da alma.
Ato 3
O ninho se esgarça ao dar passagem ao tempo.
Tempo em que a cria se desembaraça e parte.
O ninho se encolhe e murcha.
Se abate e sucumbe ao vazio.
Tempo em que a nostalgia invade todos os espaços da alma.
Ato 4
O ninho se reinventa para dar sentido à longevidade.
Tempo em que resgata gravetos esquecidos pelo caminho.
O ninho se preenche com flores próprias
Se acalenta com a visão ao longe dos voleios da cria.
Tempo em que, finalmente, a plenitude completa todos os espaços da alma.
Emocionante, Ana. Imagens lindas.😘
A tua crônica me lembrou um trecho do livro Edwige, a inseparável, de Edgar Morin, onde ele relata:
"O ninho, o ninho: é assim que Edwige falava de nosso apartamento, ao qual se dedicou com tanto amor. Ela o havia arrumado e o mantinha com tanto emprenho que nosso mobiliário era para nós o equivalente dos gravetos, musgos e ramos dos ninhos de pássaros. O tempo todo ela fazia uma melhoria, um novo enfeite. Quando comprava alguma coisa para o apartamento, dizia: ‘É para o ninho’.
Parabéns!!