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A vida tem sempre razão...

  • Foto do escritor: Ana Helena Reis
    Ana Helena Reis
  • 23 de mar.
  • 1 min de leitura


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Ali, contemplando a luz que se esvai, as lembranças faíscam e, por alguns instantes, pincelam nosso tecido afetivo com novas tonalidades.

As dobras cinzentas das amarguras que emboloraram com o passar do tempo agora se apresentam pontilhadas de rosa. Partículas de luz que revisitam pequenos gestos não revelados de ternura e a compreensão do quanto de bem-querer havia por debaixo da armadura com que procuramos nos proteger.

A purpurina da vaidade com que nos vestimos, no sol poente adquire uma coloração quase transparente, evidenciando a fugacidade do sucesso que eventualmente nos inebriou. Sem ela, o tecido de algodão alvejado pela vida volta a mostrar sua própria cor, a cor da humildade com que vamos, todos nós, fazer a passagem para outro plano de existência.

Os rasgos que provocamos na toalha de mesa das amizades deixam passar os raios de luz do arrependimento, e nos mostram como cerzir aquilo que ainda há tempo para recuperar, um caminho de redenção nunca tardia.

À luz da lua que desponta, os fios prateados da velhice se misturam com os últimos raios de sol e tingem o nosso semblante de um vermelho plácido, reconfortante. Seu brilho se despede, lentamente, sem ansiedade, e é nessa suave contemplação que absorvemos aquilo que a vida nos ensinou, pois… a vida tem sempre razão.


2 comentários

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24 de mar.
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Desejável, ainda que triste…

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Convidado:
24 de mar.
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Me identifiquei! Lucilinha. Bj

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